Pular para o conteúdo principal

Variações promovem mudanças no Recrutamento Muscular no Exercício Supino

Posição do banco determina nível de instabilidade da articulação do ombro e requer maior ação do músculo do deltoide em relação ao do peitoral.


Popular nas academias, o exercício supino se destina ao recrutamento primário dos músculos peitoral maior e tríceps braquial e conquista adeptos diariamente. A forma como é praticado pode acelerar o desenvolvimento muscular, pois segundo o professor Paulo Marchetti, especialista em treinamento desportivo e fisiologia do exercício e orientador dos cursos de mestrado e doutorado da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), os músculos recrutados são sempre os mesmos, mas a ênfase muda, sendo que no supino inclinado, por exemplo, sempre se vai trabalhar os músculos peitoral e deltoide anterior e “desta forma, a ativação muscular total ou de regiões do músculo são definidas pelas características mecânicas dos exercícios, sendo um dos elementos-chave para o desenvolvimento de força e a hipertrofia muscular.”

Assim como num cabo de guerra, no qual ora uma pessoa puxa mais do que a outra, durante a execução do supino, quem “puxa mais” é o músculo com ênfase a ser trabalhado: “o pessoal varia o exercício por causa dessa ênfase e das variações mecânicas que afetam qual músculo participa mais ou menos da atividade”, conta o professor da Unimep.

Tem que ter pegada

A forma de pegada da barra de supino também é determinante para a ativação de um músculo. Marchetti conta que quando se coloca as mãos próximas uma da outra, por exemplo, a ação do tríceps, que é trabalhado no supino, é maior, porque o ângulo articular do cotovelo também aumenta. Kléber Neves, profissional de educação física da Reebok Academia, da capital paulista, complementa que “uma pegada mais aberta aumenta a alavanca para o peitoral, aumentando, assim seu nível de solicitação e diminuindo a ação do tríceps.

Já uma pegada média faz com que este trabalho seja dividido de forma equilibrada para ambos os músculos”.

A empunhadura adequada é aquela que envolve a barra na direção contrária dos demais dedos, evitando com que a barra role na mão. O punho, segundo o profissional da Reebok Academia, deve estar firme e nunca em extensão e o peso deve ser sustentado pelos músculos do antebraço. A posição dos membros inferiores pode não ter interferência no resultado do supino inclinado, mas quando bem posicionados promovem, segundo Neves, uma melhor acomodação da coluna, o que traz segurança e estabilidade para a prática da atividade e o aumento do desempenho.

Guiado ou não guiado?

A prática do exercício supino pode ser feita em máquina (guiado) ou livre (não-guiado). Marchetti explica que as duas formas são complementares e não concorrentes: “a ação da musculatura é sempre igual, mas no exercício livre, precisa estabilizar a articulação, então se usa também a musculatura estabilizadora. Para a hipertrofia, o exercício tanto faz, porque a carga é que importa”.

Muitos praticantes dizem preferir o exercício não-guiado e acham que ele é melhor, mas na verdade, a percepção do esforço acaba sendo aumentada com essa prática: “se faço um exercício movendo um músculo e tenho outro em isometria, que não quero treinar, minha sensação de que aquele exercício me desgastou mais é maior, mas não significa, efetivamente, que o músculo que eu queria treinar foi mais usado”, diz Marchetti.

Quem pode mais

Marchetti conta que mesmo pessoas com problemas articulares podem praticar o supino inclinado, desde que o profissional de educação física que o estiver assistindo tome o cuidado de analisar a lesão daquela pessoa para definir se o exercício é bom para ela e como deve ser praticado. O professor da Unimep ainda atenta para quatro questões essenciais para a boa prática do exercício:
  • Fortalecimento do manguito rotador: é preciso se conscientizar da necessidade de fortalecimento deste músculo sempre que houver movimentos de rotação de ombro, de preferência com sobrecarga. “A probabilidade de ter lesão, seja aguda ou crônica, cai muito e é essencial para outros exercícios que trabalham o ombro também”, explica.

  • Alinhamento da barra: Marchetti conta que a barra deve estar alinhada com os ombros e não com os mamilos durante a execução do exercício. “Mecanicamente, o ponto ideal para fazer o supino é com o cotovelo alinhado com o ombro, porque aí não tem rotação na articulação do ombro e não tira a ação e sobrecarga do músculo peitoral.”

  • Velocidade de execução: deve ser sempre controlada. “Não posso fazer muito rápido, porque senão é pouco peso. Tem que controlar o movimento em todas as fases.”

  • Excesso de sobrecarga: o instrutor deve estar presente no exercício para dar segurança, mas não pode auxiliar na prática da atividade. “Tem que ser feito sozinho. Não adianta colocar 100kg na barra e o treinador puxar 40kg na rosca direta.”
Para ter uma exigência muscular do peitoral e do tríceps braquial, Neves sugere trabalhar com o banco inclinado a 30° e mãos a uma distância que promova um ângulo de 90° na articulação do cotovelo quando a barra estiver próxima ao peitoral. Assim, a atividade fica segura e equilibrada também. A pegada adequada do punho e da mão em relação à barra, com carga adequada ao indivíduo e execução bem-feita é capaz de prevenir lesões sérias e ainda fazer com que músculos, tendões, articulações e ossos sejam fortalecidos.

Fonte:
Portal EF

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como fazer um Projeto de Vida?

Construa esta tabela e preencha seus quadrantes  Siga esta página , que enviarei este planilha para seu email. Abraços!

28 DICAS PARA PERDER GORDURA ABDOMINAL

Faça treinos de musculação com um volume elevado por treino e períodos de descanso mais curtos (10 a 60 segundos) para assim produzir uma maior quantidade de ácido lático e consequentemente um maior aumento da hormona de crescimento. Use um protocolo para ganhar massa muscular. Faça um Treino de FORÇA pelo menos uma vez por semana: Ganhe músculo e força, ao mesmo tempo que aumenta os níveis de hormona de crescimento para potenciar a perda de gordura. Treine com intensidade mas de forma inteligente manipulando os períodos de descanso, séries, número de repetições e tempo. Faça Treinos intervalados para acondicionamento físico. Por exemplo, seis sprints de 200 metros, 4 minutos de descanso, ou 60 ciclos de sprints de 8 segundos cada, com 12 segundos de descanso. Faça Treinos de Condicionamento no exterior em vez de em máquinas movidas a energia elétrica – a eletricidade “suja” aumenta os níveis de cortisol e alterna o uso de energia interferindo com a sensibilidade à insulina. ...

Agachamento Livre e a Hérnia de Disco

Agachamento x Hérnia de Disco: os limites da coluna vertebral Agachar é uma ação natural do ser humano, e no decorrer do tempo, realizar o movimento constantemente pode ocasionar sérios danos à coluna vertebral. A coluna é composta por vértebras, discos intervertebrais, nervos, músculos, medula e ligamentos. É nesse conjunto que acontece a maior parte das disfunções que causam dores nas costas. Porém, se dores na coluna não são tratadas de forma correta, podem se acentuar e evoluir para doenças mais graves, como a hérnia de disco, cujo estágio inicial está presente em quase 65% da população adulta brasileira, entre 25 e 50 anos de idade. As vértebras da coluna estão unidas por articulações chamadas de discos intervertebrais, que são constituídos de material fibroso e gelatinoso, e desempenham a função semelhante a um amortecedor, proporcionando mobilidade para locomoção e movimentos de impacto. A hérnia de disco ocorre quando parte do disco (em geral os das vértebras ...