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Como evitar o Efeito Sanfona?

Mais conhecido como efeito sanfona ou efeito ioiô, o ciclismo de peso é o maior temor de quem tenta manter o peso. Ele ocorre quando a pessoa faz dieta, perde peso rapidamente e depois ganha todos os quilos perdidos novamente.

Trata-se da perda de peso com dieta (associada ou não à atividade física e a medicamentos) seguida de recuperação do peso perdido. É um fenômeno muito comum nas sociedades urbanas modernas.

Quando fazemos uma redução muito drástica da quantidade de alimento ingerido (e portanto de calorias), ocorre uma redução do nível de leptina no sangue e um aumento nas concentrações de grelina. Hormônio produzido no tecido gorduroso, a leptina leva sinais de saciedade para o cérebro. Ela foi descoberta em 1994, e seu nome deriva da palavra grega leptos, que significa magro.

Já a grelina é uma substância produzida no estômago com o objetivo de levar sinais de fome ao cérebro. Descoberta recentemente pelos japoneses, a grelina estimula o apetite do dia-a-dia. É o hormônio da fome.

Durante uma dieta, com a quantidade de leptina reduzida e a de grelina aumentada, o indivíduo está mais propenso a ceder à tentação na próxima vez que o alimento aparecer na sua frente. E como esses dois hormônios atuam na regulação do metabolismo, as alterações também ocasionam uma redução do gasto de calorias do organismo, favorecendo o efeito sanfona.


O maquinário de economia energética do ser humano está programado para nos defender da falta de alimento. Por isso quando perdemos peso (principalmente em dietas rígidas demais), nosso organismo “pensa” que vamos morrer de inanição porque falta comida, e tenta nos “proteger” facilitando o ganho de peso, fazendo-nos procurar comida e fazendo essa comida ser armazenada com mais facilidade.

Por isso, não adianta fazer dietas radicais demais. Quanto mais radicais - tanto em termos quantitativos (número de calorias), como qualitativos (uso de gordura, proteína e carboidrato de forma balanceada ou não)-, maior é a chance de ocorrer o efeito sanfona.

Algumas pessoas podem ter maior predisposição a apresentar oscilações de peso, mas os genes que regulam a obesidade são muitos e não há um estudo genético específico sobre esse assunto. O que se sabe, com certeza, é que sexo e idade aumentam a propensão ao efeito sanfona.

Além do sexo, a idade também pode influenciar no ciclismo de peso. Quanto mais velhos ficamos, maior a dificuldade de emagrecermos. Isso porque a amplitude (número de quilos perdidos e recuperados) é maior nos mais jovens e vai diminuindo com a idade – justamente porque os mais jovens acabam fazendo dietas mais radicais e com o passar dos anos a adesão fica menor.
As pessoas mais velhas tendem a perder peso mais devagar e mais dificilmente engajam-se em dietas radicais demais. Por isso, a chance de ciclismo de peso grande é menor.

Alguns trabalhos mostram que manter o peso em excesso é melhor do que ter efeito sanfona, mas não representam o pensamento da comunidade científica em geral. Há estudos pontuais, como um publicado em 2007 no "American Journal of Epidemiology" que relacionou os riscos de câncer renal ao efeito sanfona em mulheres na pós-menopausa. Foi revelado que a adiposidade abdominal é um fator de risco para a incidência do câncer nos rins. Tanto os obesos como os que perderam peso e o recuperaram tiveram aumento da incidência de câncer renal, mas aqueles que tiveram efeito sanfona tiveram maior risco.

O risco de hipertensão e de pré-eclâmpsia (hipertensão grave na gestação), bem como de alterações de lípides circulantes ou mesmo de alterações do humor, como ansiedade e depressão, não se relacionam a ciclismos de peso. Na maioria dos casos, relacionam-se à obesidade (veja quadro abaixo). Na verdade, o ato de emagrecer e engordar seguidamente tem efeitos negativos sobre a saúde, mas não há comprovação de que outras doenças crônicas sejam mais comuns em indivíduos que tiveram efeito sanfona.

Trabalhos que envolvem indivíduos que perderam peso e mantiveram essa perda ao longo dos anos mostram que o benefício da perda de peso resulta em menor mortalidade ao longo dos anos.

Além dos hábitos alimentares, que levam a maioria das pessoas a consumir os alimentos mais apetitosos e mais convenientes e não os alimentos mais saudáveis e adequados, o sedentarismo ligado ao progresso faz com que a tendência “obesogênica” (geradora de ganho de peso) seja cada vez maior, afinal, os instrumentos de uso doméstico e as máquinas usadas em indústrias exigem cada vez mais menor esforço físico de usuários e trabalhadores.

Já dissemos anteriormente que dietas radicais contribuem para o efeito sanfona. O jeito é combinar alimentação balanceada e exercícios físicos.

Quanto mais tempo você conseguir manter o peso, menor a chance da ocorrência do efeito sanfona, já que o cérebro passa a perceber que o corpo não morrerá de inanição por estar ingerindo alimentos de baixa caloria ou em menor quantidade.­

Autor:
Marcio C. Mancini

Fonte:
How Stuff Works (Uol)

Artigos relacionados:
  • Bárbara M. C. Andrade; Carlos M. Cardeal Mendes; Leila M. Batista Araújo - Peso flutuante no tratamento de mulheres obesas - Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, vol.48 no.2 São Paulo, 2004

  • Donna Roybal (2005) “Is 'Yo-Yo' Dieting or Weight Cycling Harmful to One’s Health?”, Nutrition Noteworthy, Vol. 7, Article 9

  • Frederick IO, Rudra CB, Miller RS, Foster JC, Williams MA. Adult weight change, weight cycling, and prepregnancy obesity in relation to risk of preeclampsia. Epidemiology. 2006 Jul;17(4):428-34.

  • Petersmarck KA, Teitelbaum HS, Bond JT, Bianchi L, Hoerr SM, Sowers MF, The effect of weight cycling on blood lipids and blood pressure in the Multiple, Risk Factor Intervention Trial Special Intervention Group. Int J Obes Relat Metab Disord. 1999 Dec;23(12):1246-55.

  • Simkin-Silverman LR, Wing RR, Plantinga P, Matthews KA, Kuller LH. Lifetime weight cycling and psychological health in normal-weight and overweight women. Int J Eat Disord. 1998 Sep;24(2):175-83.

  • Nitzke SA, Voichick SJ, Olson D. Weight Cycling Practices and Long-term Health Conditions in a Sample of Former Wrestlers and Other Collegiate Athletes. J Athl Train. 1992;27(3):257-261.


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